quarta-feira, 20 de maio de 2009

O terceiro

Fiz de tudo. Tanto açúcar e afeto que nem Betânia aguentaria cantar. Fiz o mundo inteiro de açúcar e choveu. Acabou-se. Meu mundo escorreu pelo meu queixo. Quase Tita, mas não era feliz. Pedi tanto que ainda tenho a boca seca, e o resto do corpo também. Amei demais. Tanto que dei o que me faltava e fiquei sem nada. Nem um: “Obrigado, boa noite.”, eu recebi.

E lá vou eu, mais uma vez, enfrentar moinhos de espera, ausência e saudade.

vocês trazem alegria para esta casa.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Eu queria desesperadamente que meu telefone tocasse ou receber um e-mail ou uma SMS ou uma pedra na minha janela. Eu queria amanhecer em paz.

Valsinha Vinicius de Moraes - Chico Buarque/1970

Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar
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Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar
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E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz

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É clichê cantar Chico nessa casa. Mas eu queria tanto. Tanto.
Queria mesmo era que fosse comigo.
Hoje mesmo compro um som pro meu carro.
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Vocês trazem alegria para esta casa.

domingo, 10 de maio de 2009

Este amor se autodestruirá em cinco segundos...

Não, esse não é um amor para a vida toda. Menos ainda amor eterno. Esse é um amorzinho daqueles bem “meia boca”, daqueles reles e sem propósito. Um amorzinho ridículo e medíocre. Sem tempo, passado ou futuro que o justifique. Sem boas lembranças e sem esperança alguma. Amorzinho chinfrim. Sem bilhetes ou flores. Sem presentes ou surpresas. Amorzinho insignificante, cheio de lacunas e com nada de plenitude. Amor pouco, na medida. Amor quase nada. Amorzinho cheio de coisa nenhuma. De mentira. De ilusão. Amorzinho prolixo e moroso. Sem um fim que o valha, a não ser, é claro, o fim da história.
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Vocês trazem alegria para esta casa.