quarta-feira, 20 de junho de 2018

18/06/2018



O sorriso de meio dia
Teu cheiro de mar em mim
E a maresia impregnada sob minha pele

São teus olhos enormes
Cheios de expressões que eu não consigo ler
É tua cabeça levemente inclinada
Ora acompanhando a minha
Ora guiando a tensão do meu pescoço

É tua mão certeira
A gentileza que desafia minha descrença
É estar
Mas poderia ser em paz.









Vocês trazem alegria para esta casa.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

08/05/2018


O Não reverbera. As ondas do som dessa negativa vão marcando os espaços encontrados. O Não insiste. Invade. Permanece. O Não tenta se impor. Quer que eu o receba. Aceite. Cale. Entenda.

Pobre Não. Eu de mãos e peito aberto. Coração exposto. Eu de cabelo dançando no vento. O rosto banhado. Nenhum lugar para o Não se segurar em mim.

O Não é seu.

Em mim ficaram todas as palavras caladas. As ditas pela metade. Os sons que falam tanto da gente. Meu é o riso. A gargalhada desmedida. O choro desesperado. As músicas. Ah! As músicas.

Meu é o Amor.



Vocês trazem alegria para esta casa.

quinta-feira, 14 de junho de 2018

09/05/2018


Caminhos percorridos antes deixam registros. A cartografia do tempo no mapa do meu corpo. Alguns laços são pelo presente. Outros além. Os desaniversários. O eterno instante. A saudade tão enraizada que atravessa mais camadas do que eu supunha ter. A loucura. Ah! Loucura. Há loucura. E todas as probabilidades passariam pelo mesmo nó. Mudamos tanto. Os mesmos de sempre. Alguns encontros são impossíveis de desmarcar. O teu meio sorriso e a minha mão no queixo. “Somos o que dá pra fazer”.




Vocês trazem alegria para esta casa.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Eita (24/10/2017)


Recebeu suas letras de volta e trocou o nariz. Guardou tudo em fonte sem serifa tamanho sete. Caracteres miudinhos como seus olhos. Os cheiros lhe ocupavam a caixa torácica. Pulmões, coração e soluços. Tinha um diafragma que sucumbia a primeira taça de espumante. Uma bendita memória olfativa que lhe derretia as pernas. Encontrou o Gato de Cheshire na lua e até a caixa do supermercado (sempre amarga) lhe mostrou doçura ao embalar uma planta. As duas dividiram um sorriso, inimaginável até então. O título e o texto deveriam ser palavrão como o carimbo com tinta vermelha, que poderia ser alforria, mas é algoz. Covarde. Fala verdades como quem mente, porque sabe que a exposição é o melhor esconderijo. O sol cega. Distribui sinceridades virtuais, mas decora cílios, marcas de expressão e outros detalhes enquanto finge que olha nos olhos. Agradece a miopia. Usa lentes corretivas como armadura. A verdade é que usa tantas armaduras que sem elas é invertebrada. Lua em Câncer. Pisciana com P de paciência. Ou preguiça.


Vocês trazem alegria para esta casa.