quarta-feira, 15 de setembro de 2010

do que eu não gosto

Eu não sou alternativa. Não faço tipo. Não estou na onda. Não sou poeta. Nem Cult, nem hype, nem fashion. Não sou diferente. Não sou intelectual. Nem literata. Nem entendida de arte. Nem artista. Não fumo. Nem gosto de cigarro. Não bebo. E também não gosto de bêbados. Não gosto de filantropia na mídia. E gosto menos ainda dos ditos filantropos que querem aparecer mais que fazer caridade. Não gosto de jornalismo ruim. Nem de jornalistas medíocres. E isso vale para todas as profissões. Não gosto de advogados vendidos, nem de professores acomodados, nem de médicos negligentes. Não gosto de revolucionários que moram na casa dos pais e arrotam revolução em alguma rede social da moda enquanto estão em seu quarto, com ar condicionado ligado, na frete de um notebook caro, com a barriga cheia de comida que ele nem preparou nem comprou. Não gosto de gente cênica, nem efusiva. Nem de gente cínica e evasiva. Não gosto de quem fala e não faz. E menos ainda de quem fala uma coisa e faz outra. Não gosto de promessas. Pior, promessas políticas e ainda abaixo destas, não gosto de promessas falsas de amor. Não gosto de amor gritado. Nem de briga gritada. Só música aos gritos é bom. Música e gargalhada e reencontro. Shows, saraus e saudades podem ser gritados que ficam muito bem. Fora isso só teatro e Munch. Não gosto dos que buscam filosofia para fundamentar arrogância em mesa de bar. Adoro conversa de bar, mesa de bar, e mesmo com fumaça de cigarro e espetáculo de bêbado tem bar que é maravilhoso. Amanhecer o dia conversando sobre tudo e nada em mesa de bar é ótimo. Desde que em seleta companhia. Não gosto dos que acham que sabem fazer por empirismo o que outros estudaram para se profissionalizarem. Fotógrafo, músico, designer (eu estou nessa), jornalista, publicitário, artista, bailarino... esse povo todo estuda horrores e é horrível ver gente que não respeita a profissão alheia. Acredito em autodidatas, mas estes são raríssimos. Cansei de ver pessoas que são “amigas” em redes sociais passarem por mim e nem um “oi”. Só não as “excluo” por senso de civilidade no cyber espaço. E nem me excluo porque tenho amigos que amo muito e não posso vê-los com a freqüência que gostaria. Enfim, revolucionário mesmo é quem tem família grande e vive com um salário mínimo. Esses sim, sabem fazer poesia, arte e mágica.   


Vocês trazem alegria para esta casa.