Dez anos passam tão rápido que não tive tempo ainda de aquietar a alma. Há tempos penso nisso, uns dez anos talvez. É que construí meu mundo na saudade do que não conheço e no desejo do que me sobra. É tanto. Há tanto. E eu sentada ameaçando o teclado enquanto rôo as unhas. Sou tão eu mesma, a mesma, que não me reconheço mais. A minha janela gradeada me liberta para dentro de mim. E então... não há quem me alcance... odeio escrever textos existenciais quando eu queria que meu telefone tocasse e me fizesse rir. E como meu telefone vive mudo; odeio textos existenciais. Mas não há com o que se preocupar. Este não é um exemplar do estilo. Na verdade, isto não é um texto. Ou melhor, não há nenhuma letra aqui. Tudo não passa de uma alucinação virtual para me convencer de que eu estou escrevendo estas palavras, que friso, não existem, numa velocidade imensa, tão rápido que as teclas parecem obedecer ao pulsar do coração que desespera-me de tanto esperar. Aqui não há parágrafos, nem pontuação correta, nem reforma gramatical, nem silepse. São erros mesmo. E todos meus. Esta alucinação me convence de que por um motivo qualquer, este texto inexistente vai ser lido por alguém que só existe para mim. Porque eu o criei. Eu o fiz a imagem que eu queria. Do sonho que eu queria. E se a alucinação, o sonho e o personagem são meus. Ele vai ler esse texto. Eu sei. Eu espero. E nada disso é real. Eu não publiquei isso numa rede mundial de computadores. E você, que está lendo isso que eu não escrevi, é que sofre de esquizofrenia. Mania de gente doida imaginar textos virtuais que não existem...
vocês trazem alegria para esta casa.
Um comentário:
Boa! Desabafar faz bem.
Postar um comentário